quarta-feira, maio 04, 2011

o que sobrou de nós foi apenas....

Devastação

Facas apontam em mim
Penetrando os pulmões
Suturando a carne pútrida
Sugando meu ultimo ar

Distúrbios diurnos
De um tolo sonhador
Massacram sua alma
Sem piedade, sem dó

As vozes me dizem:
E ele vai rezar
Vai implorar
Mas o milagre...
Nunca chegará.
Por que meus pés insistem?
Teimo em caminhar.

Queimando, ardo
Em desespero total
Perdido no escuro
Devastado e sem moral

Quão tolo e iludido
Como criança
Na esperança
De não ser destruído.
Mas esta noite,
Eu sei, ouvi
Como poderia esquecer?!
As vozes me dizem:
E ele vai rezar
Vai implorar
Mas o milagre...
Nunca chegará

Estranhamente, meus pés insistem...
Teimo em caminhar

O que me aguarda a fronte?
Perdão algum haverá.
Pecado nenhum se pagará.

Nessa espreita soturna
O açoite da morte
Em fome e fúria
Seria a benção da sorte

Mas a mim nenhum prazer,
Nenhuma benevolência.
Todo furor e cólera
Em mim se encontram
Harmonicamente
Numa sinfonia macabra
Onde o que sobra,
Se sobra,
É o pó do que já houve um dia.

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